domingo, 14 de maio de 2017

Pente-fino em auxílio-doença gera economia de R$ 1,9 bi

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O pente-fino nos benefícios de auxílio-doença já rendeu uma economia anual de R$ 1,9 bilhão, de acordo com os números mais recentes do resultado das perícias que estão sendo feitas pela força-tarefa do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Para o ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, o beneficio de auxílio-doença “estava fora de controle”.
Segundo ele, 84% das pessoas que passam pela perícia tiveram o benefício cancelado e apenas 2% pediram revisão da decisão. “Isso significa que admitiram que estavam recebendo indevidamente”, disse.
O ministro informou que os resultados até agora indicam que a perícia nos auxílios-doença pode garantir uma economia de mais de R$ 10 bilhões por ano quando todo o trabalho de fiscalização estiver completo. A expectativa inicial era de que o pente-fino garantisse uma redução de gastos de no máximo R$ 8 bilhões. A checagem atingirá 1,7 milhão de pessoas em todo o País.
As fraudes encontradas surpreendem. Osmar Terra contou que foi encontrado caso de mulher que obteve o auxílio por gravidez de risco que ainda recebia o benefício cinco anos depois. Outro caso descoberto mostrou uma pessoa que quebrou perna e recebia o benefício há 12 anos, mesmo depois de a fratura ter sido corrigida.
O próximo benefício que passará pelo crivo dos peritos é o Benefício de Prestação Continuada (BPC), concedido a pessoas com deficiência ou idosos de baixa renda. Esse é o benefício de assistência social do governo federal que mais consome recursos. Custa por ano R$ 50 bilhões e contempla 4,43 milhões de pessoas que recebem, cada uma, um salário mínimo.
O ministro informou que o Ministério do Desenvolvimento vai fazer um trabalho de capacitação para permitir que deficientes que usam cadeira de roda, por exemplo, tenham condições de arrumar um emprego e possam no futuro deixar o programa de assistencial.
Segundo o ministro, o governo deve editar uma medida provisória alterando a regra de acesso dos deficientes ao BPC. Hoje, têm direito ao benefício famílias com renda inferior a um quarto do salário mínimo per capita. A ideia é alterar para meio salário mínimo per capita, o que pode aumentar o número de beneficiários.
Segundo Terra, alterar o critério para ter direito ao BPC vai diminuir o número de pessoas que entram na Justiça para requerem o benefício. O governo, no entanto, espera aprimorar a concessão do benefício para atender apenas a pessoas com deficiência grave e famílias realmente de baixa renda.
Para o ministro, as mudanças no BPC que estão sendo encaminhada na proposta de reforma da Previdência vão continuar protegendo os mais pobres. A idade mínima para os idosos receberem o beneficio pode subir de 65 anos para 68 anos caso o texto atual da reforma seja aprovado na Câmara. Para os deficientes, não há exigência de idade mínima. “Mas quem é que diz que vai prejudicar? É a oposição que está dizendo ninguém mais vai ter BPC.”
A proposta original do governo desvinculava o BPC do salário mínimo. O relator da proposta, no entanto, retirou essa possibilidade, com o apoio do ministro Terra. “Quem recebe o BPC são os mais vulneráveis”, defendeu. / As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: http://www.istoedinheiro.com.br

sábado, 13 de maio de 2017

‘Multinacional’ do cibercrime é responsável por ataque hacker

O sequestro virtual de dados em 99 países foi orquestrado por grupo criminoso organizado e com integrantes de vários locais do mundo

Por Angela Nunes



(Reprodução/Reprodução)

O ataque hacker que atingiu 99 países nesta sexta-feira não tem precedente na história do cibercrime. Menos de 24 horas depois de identificado, já atingiu mais de 75.000 computadores e servidores ao redor do mundo. As instruções que aparecem na tela das vítimas foram preparadas em 28 idiomas diferentes, inclusive português. Todo esse planejamento e execução, realizados com precisão, dependem da existência de uma infraestrutura específica, investimento e organização.

“Tudo indica que é um grupo internacional. E não é um grupo pequeno”, diz Fábio Assolini, que faz parte da Equipe de Pesquisa e Análise Global da Kaspersky, empresa russa de segurança que descobriu a infecção virtual na noite de quinta-feira.

“Foi um ataque muito bem planejado e com objetivo financeiro claro. E foi arquitetado para afetar o maior número de vítimas, com pedido de resgate no idioma da vítima”, completa Assolini. O profissionalismo do grupo pode ser constatado até mesmo na programação do vírus. Apesar dos esforços de agências de internacionais, empresas de segurança e especialistas, até agora não foi possível identificar os responsáveis. “Sabe-se apenas que é um grupo muito organizado e provavelmente composto por pessoas de diversos países”, diz o especialista de cibersegurança Carlos Borges, da empresa de tecnologia Arcon.

Os hackers utilizaram uma brecha do sistema Windows para codificar os computadores atingidos, tornando-os inacessíveis para o usuário. Depois exigiram o pagamento de resgates no valor de 300 dólares (cerca de 940 reais) para desfazer a criptografia. Sem o código em poder dos bandidos, é impossível reaver os dados.

O impacto do bloqueio de informações varia. Uma empresa que mantenha tenha back-ups recentes, pode simplesmente reiniciar o sistema e utilizar a última versão de seus servidores, sem grande prejuízo. Mas as consequências também podem ser sérias. Na Inglaterra, por exemplo, o ataque fez com que 16 hospitais fossem obrigados a trabalhar sem seus equipamentos, o que comprometeu seriamente a capacidade de atender os pacientes. No Brasil, de acordo com Borges, dezenas de empresas foram atingidas, apesar de nenhuma assumir publicamente. Em diversos locais, os funcionários foram orientados a desligar os computadores como medida de precaução, para evitar o ataque.

Para receber o dinheiro o grupo criou dezenas de contas de bitcoin, uma moeda virtual usada para pagamentos na internet. Apesar dos especialistas recomendarem o que o resgate não seja pago, no começo da tarde já se podia verificar a movimentação nessas contas. Em apenas uma delas, foram pagos vinte resgates, no valor total de 6.000 dólares. O modelo de funcionamento da bitcoin, que é autogerenciada e não possui nenhuma instituição financeira ou governo por trás, garante que as transações aconteçam no anonimato e de forma não rastreável.
Cibercrime em expansão

A disseminação global de vírus de computadores não é novidade, mas este foi o primeiro ataque em massa que não dependeu da ação direta do usuário – como executar um arquivo ou clicar em um link malicioso – para infectar o sistema. Os cibercriminosos utilizaram-se de uma vulnerabilidade do Windows que permite tomar o controle de uma máquina apenas enviando um email para ela, mesmo que a mensagem não seja aberta.

Os ataques hackers são divididos basicamente em dois tipos: os ataques por ‘malware’, em que o vírus infecta o sistema para acessar informações ou causar danos (como impedir a reinicialização do computador), e por ‘ransomware‘, em que o criminoso sequestra os dados ao criptografá-los, deixando-os inacessíveis para o usuário, e exige o pagamento de resgate. A ação de hoje se enquadra no segundo tipo.

A falha de segurança foi solucionada pela Microsoft na ultima atualização de seu sistema, disponibilizada gratuitamente na segunda-feira, mas se o usuário não baixar a correção continua exposto. Por isso mesmo, o número de vítimas deve continuar subindo nos próximos dias.

Fonte: http://veja.abril.com.br

domingo, 7 de maio de 2017

Esta será a melhor semana do ano para você aprender a investir

Mulher com dinheiro
Mulher com dinheiro (DeanDrobot/Thinkstock)
São Paulo – Começa nesta segunda (8) a 4ª edição da Semana de Educação Financeira, que irá promover mais de mil palestras, seminários e encontros gratuitos em 21 estados do país e no Distrito Federal. O intuito é ensinar o consumidor a lidar melhor com o dinheiro e a investir.

Organizado pelo Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF), o evento termina no próximo domingo (14) e tem como objetivo promover ações de educação financeira no Brasil, seguindo as diretrizes da Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), criada por decreto federal em 2010.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia que regula e fiscaliza o mercado financeiro com o intuito de proteger investidores, participará do evento todos os dias, realizando palestras e encontros sobre temas como planejamento financeiro, mercado de capitais, fintechs e crowdfunding, entre outros.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) também participa do evento e irá promover palestras onlines, além de dar orientações financeiras e oficinas presenciais. As palestras online estão abertas ao público e duram uma hora.
Na segunda (8), às 10h, a associação irá dar orientações sobre os riscos de tomar crédito e como evitar o superendividamento. Na terça (9), também às 10h, o Idec vai tratar da importância de planejar o orçamento doméstico para ter equilíbrio financeiro.
Já na quinta (11), às 14h, a palestra “Como aplicar o seu dinheiro para iniciantes” vai explicar conceitos básicos sobre investimentos, perfis de investidores e rentabilidade. Na sexta (12), às 14h, irá organizar a palestra sobre direitos do consumidor de serviços bancários.
Veja abaixo os cursos online e as atividades presenciais que se destacam no evento. Para ver a programação completa, acesse o site do evento:

Atividades online

Atividade
Quando
Quem promove
Como se cadastrar
Curso “Gestão de Finanças Pessoais”
Do dia 8 a 14 , das 5h às 23h50
Banco Central do Brasil
Webinar “A conquista da sua liberdade através da educação financeira”
Dia 9, das 19h às 20h30
BM&FBovespa
Palestra “Oferta de Crédito e Superendividamento”
Dia 8, das 10h às 11h
Idec
Palestra “Planejamento Financeiro e Consumo”
Dia 9, das 10h às 11h
Idec
Palestra “Como aplicar o seu dinheiro para iniciantes”
Dia 11, das 14h às 15h
Idec
Palestra “Direitos do consumidor de serviços bancários”
Dia 12, das 14h às 15h, em São Paulo
Idec
      
      Atividades presenciais

Atividade
Quando
Quem promove
Como se cadastrar
Curso “Finanças Pessoais Master”
Dia 8 e 13, das 9h às 16h, em São Paulo
Dia 9 e 10, das 18h30 às 22h, no Rio de Janeiro/
BM&FBovespa
Curso “Como Investir na Bolsa”
Dia 10 e 11, das 19h às 22h30, em São Paulo
BM&FBovespa
Palestra “Fintech”
Dia 8, das 10h às 12h, no Rio de Janeiro
CVM
Palestra “Educação Financeira para Jovens”
Dia 9, das 9h30 às 12h, no Rio de Janeiro
CVM
Palestra “Bem-Estar Financeiro”
Dia 9, `das 14h às 17h40, no Rio de Janeiro
CVM
Palestra “Valores Mobiliários -Investimentos”
Dia 9, das 14h às 16h, em São Paulo
CVM
Palestra “Educação e Planejamento Financeiro”
Dia 9, das 19h às 21h, em Recife
CVM
Palestra “Mercado de Capitais”
Dia 10, das 10h às 12h, em São Paulo
CVM
Palestra “Planejamento Financeiro”
Dia 10, das 10h às 12h, no Rio de Janeiro
CVM
Palestra “Planejamento Financeiro”
Dia 10, das 14h às 17h, em São Paulo
CVM
Palestra “A Cabeça do Investidor”
Dia 11, das 10h às 12h, em São Paulo
CVM
Palestra “O que é o Mercado de Capitais”
Dia 11, das 14h às 17h, no Rio de Janeiro
CVM
Palestra “Fundos de Investimentos”
Dia 11, das 14h às 17h, em São Paulo
CVM
Palestra “Educação e planejamento financeiro”
Dia 11, das 19h30 às 21h, em São Paulo
CVM
Palestra “Educação e planejamento financeiro”
Dia 12, das 9h às 12h, em Goiânia
CVM
Palestra “Mudança do comportamento financeiro”
Dia 12, das 10h às 12h, em São Paulo
CVM
Palestra “Crowdfunding”
Dia 12, das 10h às 12h, no Rio de Janeiro
CVM
Palestra “Educação e Planejamento Financeiro”
Dia 12, das 14h às 16h, em São Paulo
CVM
Palestra “Ofertas Públicas de Valores Mobiliários”
Dia 12, das 15h às 17h, no Rio de Janeiro
CVM
Orientação sobre renegociação de dívidas
Dias 8 e 9, das 11h às 12h, em São Paulo
Dias 10 e 12, das 15h às 16h, em São Paulo
Idec
Oficina “Administração do Orçamento Pessoal”
Dia 9, das 15h às 18h, em São Paulo
Idec
Oficina “Administração do Orçamento Pessoal”
Dia 11, das 16h às 19h, em São Paulo
Idec

Fonte: http://exame.abril.com.br

sábado, 6 de maio de 2017

Delfim Netto: Não reformar Previdência é esperar pelo precipício

Para o ex-ministro da Fazenda, a proposta para mudar a previdência é fundamental para evitar que o Brasil fique insolvente

Delfim Netto: o desequilíbrio das contas fiscais brasileiras é "brutal" - é preciso fazer o ajuste e avançar com as reformas (Nacho Doce/Reuters)

São Paulo – O economista Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, afirma que a aprovação da reforma da Previdência é fundamental para evitar que o Brasil fique insolvente e volte a ter crescimento econômico.

O desequilíbrio das contas fiscais brasileiras é “brutal” – é preciso fazer o ajuste e avançar com as reformas. Se a sociedade não quiser mudanças na aposentadoria, é só esperar pelo precipício, disse ele ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Delfim avalia que o presidente Michel Temer está indo no caminho certo, mas vai ficar só com o ônus das reformas. O bônus, disse ele, vai ficar para o próximo presidente, eleito em 2018, e para “nossos filhos e netos”. A seguir, os principais trechos da entrevista:

A reforma da Previdência proposta pelo governo é correta?

Acho que foi uma boa proposta. Está sendo corrigida no Congresso e quando o Congresso corrige uma proposta do Executivo, não significa que o Executivo está perdendo, que está cedendo.

O poder supremo de legislação está no Congresso. Portanto, o Legislativo, que foi eleito legitimamente, representa a sociedade na formulação dessas reformas. O que o Legislativo decidir é o máximo que a sociedade quer.

No molde em que ficou, essa reforma vai contribuir para melhorar as contas fiscais?

Sim, sem dúvida. É claro que não terá o mesmo efeito que teria a reforma original. Mas a que vai sair é a reforma consistente com a vontade da sociedade e, mais do que isso, se a sociedade disser “não quero reforma”, não há o que reclamar, é esperar o precipício.

Sem o ajuste fiscal, vai juntar pé com cabeça, vai destruir tudo, no final nem as aposentadorias serão pagas. Como já vem acontecendo no Rio.

Vamos continuar desregrados e caminhar para a insolvência. Ou seja, o final de tudo é que a defesa intransigente de uma Previdência generosa é a morte da Previdência.

Se houver muitas concessões na reforma, vai ser preciso ser feita outra nos próximos anos?

Mesmo se a reforma sair como está agora, daqui a cinco anos vai precisar de outra. Quero chamar a atenção para um fato: a aprovação não vai dar nenhum bônus para o Temer, pelo contrário, ele só vai levar o ônus.

O bônus quem vai levar são os próximos governos e nossos filhos e netos. Você teve de acomodar a regra de transição, o que é natural, é normal. A regra feita pelo burocrata era muito dura.

Qual o principal ponto da reforma?

A idade mínima é fundamental. A histeria do combate à reforma esconde uma única coisa: o interesse dos histéricos. A oposição é o estamento estatal que se apropriou do poder no Brasil. Pode observar, a maioria dos opositores são funcionários públicos, bem acomodados e que não compreendem uma coisa elementar, que aliás o Brasil esqueceu.

Para ser funcionário público você tem de passar por um teste de honestidade, tem um concurso. Depois você tem a garantia da estabilidade, dos salários, a irredutibilidade dos salários, a aposentadoria integral.

Por que em todo lugar do mundo é proibida a greve do funcionalismo público? Ele não tem o que reivindicar. A sociedade deu pra ele tudo o que era preciso.

A reforma da Previdência e outras medidas vão permitir que os juros reais caiam mais no Brasil?

Ninguém sabe qual a taxa de juros real de equilíbrio no Brasil. É evidente que essa taxa depende da conjuntura. Ora, a reforma da Previdência, junto com o teto dos gastos, com as medidas microeconômicas, vai provocar uma queda na taxa da taxa de juros real de equilíbrio, se é que ela existe. O custo da dívida pública vai encolher.

Esse encolhimento mais a correção justa da Previdência vai liberar recursos para saúde, educação, investimento em infraestrutura, sem os quais o Brasil nunca mais vai voltar a crescer.

Porque a retomada da economia está sendo tão lenta?

O desarranjo fiscal é brutal. Queremos ignorar esse fato e insistir como se existisse mágica. A escolha que o Temer adotou é correta. É corrigir desequilíbrios que têm implicação global.

Um no nível macroeconômico, que é o problema da Previdência, e outro no micro, que é a questão trabalhista. Os dois devem conduzir lentamente para melhorar a economia. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: http://exame.abril.com.br